terça-feira, 15 de abril de 2014

Novamente


E o filme passa repetidamente para meus olhos.
Sem intervalos, sem interrupções.
Sem pausas para respirar fundo.
E eu continuo o assistindo, porque me dizem que eu não posso parar.
Porque eu acredito que eu não posso parar.
Porque eu não quero me acostumar a parar de assisti-lo.
Porque eu não quero me acostumar com o que eu acho ser um vazio de emoções.
Porque eu não quero a decepção, eu não quero decepcionar a ninguém, nem muito menos, quero me ver sozinho.
Dessa forma tudo vai ficando mal dito e mal resolvido e mal entendido e mal encaminhado.
[...]
E eu não sei se o erro é na minha forma de ver esse filme inacreditavelmente previsível ou se na forma de decidir quando pular para o final.
Só pra saber se ele será feliz.
Só sei que não tem dado certo.

E eu não sei como mudar.
E no final, de repente você se vê sozinho.
Olha para o caminho e enxerga.
Não, de repente você finalmente se viu.
E descobriu.
Que sozinho a muito tempo você esteve.
Desisti de encontrar a lógica.
E não preciso mais te entender, deixe-me apenas te sentir e já terei a felicidade.
Mas a vida é assim.
Não é composta apenas de uma escolha ou de uma certeza.
Não é tão nítido como a divisão entre chão e o infinito do céu.
Não é como desejo.
Não é como o concreto.
É a dor.
E não existe explicação.
Mas exige paciência.
Para que um dia ela suma sem previsão para voltar.

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