quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sobre a Fé



Esse é mais um daqueles posts nos quais a autor encontra-se totalmente absorto em seus pensamentos sobre a vida, o universo e tudo mais, preferindo abster-se de conversas prolongadas que certamente não levarão a lugar algum, pois a mesmo está cansado demais do comportamento humano para tentar expor sua opinião em forma de oratória e/ou convencer alguém de algo. Dessa forma, é preferível fazer uso do meio de comunicação, leia-se desabafo público, mais acessível no momento e expor, de forma escrita, a quem possa interessar, tudo o que ele sabe ou acha que sabe sobre um assunto irrisoriamente simples: A Fé - aquela que, segundo Roberto Carlos, nos faz otimista demais.
 Quando falo que algo é simples, me refiro sempre as suas explicações. Logo, sendo a fé uma palavra da língua portuguesa, nada mais sensato que ressaltarmos o seu significado e etimologia:
[Fé] substantivo fem. singular
1. Crença, religiosa ou não.
2. Confiança.
3. Afirmação, comprovação.
Quando falamos em fé, imediatamente nos vem a ideia de religião, no entanto, onde mais aparece esta palavra é no código civil, no código penal, e, por conseguinte, em documentos de cartório com a famosa frase: “Assino e dou fé”, significando o reconhecimento e a afirmação daquilo que foi assinado. Acreditar ou crer em algo significa considerar algo como verdadeiro. Sendo assim, para que eu tenha fé em Deus é preciso que eu considere verdadeira a sua existência, caso contrário, não existirá fé. Mas isso não implica que eu não possa ter fé em outras coisas, certo?
Discutia-se, no escritório, a questão da cura para todas as mazelas da vida com a utilização da Fé. Como qualquer pessoa paciente e de bom senso, no início, não discordei totalmente, deixei que todos discursassem acerca de suas ideias, pois tenho ciência da existência da fé, só não acredito nas coisas às quais eles depositavam baldes de fé: Deus, reza, curandeiros e derivados. Foram-me dados exemplos de pessoas que só sobreviveram a doenças incuráveis porque tinham fé. Eu não acho que eles estejam totalmente errados, pois sei que pessoas otimistas são mais fáceis de resistir a uma doença ou acreditar que aquele problema possa ter solução, elas não se entregam, elas acreditam, tem fé. Só que essa fé não necessariamente precisa estar ligada à algo sobrenatural e divino; ter fé na vida, em si, ter fé no corpo médico e no processo ou tratamento que será utilizado é uma forma muito mais inteligente de se ajudar; é um trabalho psicológico de otimismo e confiança, e nós sabemos que uma pessoa psicologicamente sã torna-se, consequentemente, mais disposta a manter sua saúde corporal.
A diferença entre ter Fé em algo real (ciência) e ter Fé em algo "inventado" (Deus) é que no primeiro caso a fé é limitada, enquanto no segundo a fé é cega. Ou seja, acreditamos na ciência mas não a colocamos em um pedestal, não a idolatramos, aliás, a idolatramos sim, mas  sabemos que ela está em constante evolução, podendo ser contestada a qualquer momento, e aceitamos a mudança. O que não acontece com a fé religiosa que baseia-se em princípios definidos pela igreja – os eternos dogmas.
Então, não me digam que eu não tenho fé. Tenho fé sim, em muita coisa, mas sei que todas as coisas são passíveis de erros e mudanças, assim, a minha confiança nelas pode ser modificada a qualquer momento. Isso é fé, todo o resto é invenção humana.
P.s: As únicas montanhas que a fé move são as montanhas de dinheiro. Né, Universal?

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